A geração dos nossos pais educou-nos e protegeu-nos das dificuldades da vida dando-nos uma vida desafogada. Mas a verdade que é que a crise chega a todos, e os pais que antes podiam dar tudo, abdicam agora de pequenos prazeres para que os filhos tenham tudo o que “precisam”.
É a geração jovem dos dias de hoje que depois de ter sido tão mimada e tão privilegiada tem tudo enquanto os pais trabalham e dão o litro para que nunca lhes falte nada tal como aconteceu noutros tempos, quando os jovens eram eles.
São os pais que antigamente nos diziam sim a tudo e que estão agora à rasca por não saberem como dizer não. Somos nós que nunca aprendemos a ouvir esse “não” que nos vemos aflitos e afrontados quando este "não" se torna constante.
A verdade é que a crise chegou, está tudo a rasca. Tudo aquilo que era uma constante no dia-a-dia de muitos, tornou-se num luxo e em algo difícil de concretizar.
Será então correcto dizer que ser pai e mãe é proteger os filhos e dar-lhes tudo? Afinal, qual é o papel deles na nossa vida?
Segundo Freud, os pais são os agentes mais importantes na criação de um indivíduo. Cabe-lhes o papel de educar, desempenhando habilidades sócio educativas que podem influenciar o comportamento dos filhos.
Silva (2000) identificou as habilidades sócio educativas dos pais como sendo: o diálogo, a expressão de sentimentos de agrado e desagrado, a expressão de opiniões e a solicitação adequada de mudança de comportamento, o entendimento do casal quanto à educação do filho e à participação de ambos os progenitores na divisão de tarefas educativas, o saber "dizer não", "negociar", “estabelecer regras" e "desculpar-se".
Na infância, os pais são os nossos modelos (subjacente a teoria de aprendizagem por observação), por exemplo as meninas desejam pintar os lábios e usar sapatos altos para se parecerem com as mães. Se os pais observarem com atenção os seus filhos, irão surpreender-se e perceber que a sua maneira de falar, gesticular e comportar é uma replicação dos pais.
A adolescência é a fase complicada, em que os filhos reclamam dos limites impostos, dizem que nunca são entendidos e que os pais são autoritários, o que os leva a romper as regras. Neste processo manifesta-se o envolvimento dos amigos que tem a mesma necessidade de corromper as regras e pode vir acompanhado do afastamento da família. No entanto, não podemos genarelizar este tipo de atitudes, pois existem adolescentes que têm um comportamento excelente nas relações com os pais e com os outros.
É essencial que os pais transmitam aos filhos que os bens materiais não significam tudo, que o amor e a consistência das relações superam as maiores dificuldades. É preciso que os pais saibam dizer não e que os filhos os compreendam e tal como eles lutem por um futuro mais estável. As extravagancias são de evitar, é preciso aproveitar os recursos que temos enquanto podemos sem os desperdiçar em coisas supérfluas.
De um modo geral, é de realçar o amor incondicional entre pais e filhos.
O movimento "geração à rasca" demonstra a paixão e a vontade de mudar, de fazer parte de uma solução para a situação precária em que o país se encontra, com a qual todos compactuamos sendo jovens, pais, trabalhadores, estudantes, empregadores... todos temos de nos esforçar para mudar o nosso país, a nossa sociedade porque só com a contribuição de todos iremos desencadear uma mudança com vista a dignificar o nosso futuro e lutar pela nossa estabilidade!
Todos os dias se ouve falar sobre esta manifestação, sobre a nossa geração que está à rasca.. uns concordam outros discordam, outros dizem que não vai dar em nada outros que o povo deve sair a rua mas o que é certo é que todos falam e são poucos os que fazem.É bom ver que esta manifestação convocada por jovens mas direccionada a todos está a dar que falar. Como geração com o maior nível de formação na história do país não nos podemos abater pela frustração e pelo cansaço mas sim acreditar que temos todos os recursos para proporcionar um futuro melhor para todos, para Portugal.
A união faz a força e juntos podemos protestar por uma solução e ser parte dela!
Para ouvir e pensar :)
Legião Urbana - Pais e Filhos
Homens da Luta - A luta é Alegria
Deolinda - Parva que sou
- Cia, F., Pereira, C.S, Del Prette, Z.A.P e Del Prette, A. (2006). Habilidades Sociais parentais e relacionamento entre pais e filhos. Retirado a 5 de Abril de 2001 de http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n1/v11n1a09.pdf
É verdade! Estamos todos à rasca! É complicado nos dias de hoje encontrar pessoas sem dificuldades, pessoas que não sejam afectadas pela crise! Os jovens precisam mudar de mentalidade esquecer o "querer tudo" e adaptar o "fazer mais". Tal como referem é preciso união, força de vontade porque é com o contributo de todos que podemos talvez chegar a algum lado!
ResponderEliminarOlá! Finalmente, tive oportunidade de ver a vossa resposta ao desafio “geração à rasca”. Acho que fizeram um esforço para fugirem ao senso comum, procuraram fazer uma leitura com base em autores (ainda que as referências bibliográficas não estejam devidamente citadas). Apesar disso, e reconhecendo que o desafio não era fácil, penso que ainda podem fazer melhor no que respeita à articulação teoria e comentário crítico. Gostei do facto de não discutirem "a culpa" mas de assumirem uma atitude de apreciação das circunstâncias e de construção em relação ao futuro.
ResponderEliminarBeijinhos e viva o 25 de Abril!
GP