Antes que se chegue às relações propriamente ditas, regista-se uma verdadeira aprendizagem do corpo, um desenvolvimento que segue várias fases que permanecem intermitentes por muito tempo e que adquirem realidade apenas quando se atinge a maturidade.
No adolescente, a sexualidade é uma forma de afirmar a autonomia pessoal. Segundo a psicanálise, a sexualidade dos adolescentes é fulcral no seu desenvolvimento psicológico, no qual se encontram duas etapas fundamentais: o desenvolvimento e o complexo de Édipo. Deste modo, a actividade sexual pode ser considerada como uma manifestação de autonomia perante a família, um sinal de pertencer a um grupo ou mesmo o auge de uma relação afectiva. Estes comportamentos são metas importantes para o amadurecimento social e psicológico dos adolescentes.
As relações amorosas, especialmente as primeiras, são muito intensas, são experiências inigualáveis. As amizades supendem-se, só vemos aquele “amor” à frente… Trocam-se carícias, conversas, beijos, abraços. É uma descoberta do “eu” e do outro, do desejo, da excitação sexual, do carinho e dos afectos.
Cria-se uma intimidade entre os parceiros, a necessidade de proximidade, confiança, protecção. A paixão sentida conjuga o romance com a atracção física e a sexualidade. O casal compromete-se a partir do momento que decide “fazer parte da vida do outro”.
Estas relações fazem-nos crescer, aprender a lidar com as várias situações na vida conjunta. A respeitar o outro e a fazer-se respeitar também.
Hoje em dia, quebram-se tabus acerca da sexualidade e as relações são mais deliberadas. Os adolescentes trocam beijos e carícias, iniciando a sua vida sexual mais cedo, o que aos olhos de muitos adultos e idosos (pessoas de outras gerações) pode parecer repugnante. Contudo se este comportamento, de certo modo precoce, for tratado seriamente e com as devidas precauções, que hoje em dia são deveras abundantes, podemos chegar a uma união conjugal com um maior conhecimento e experiência na área da sexualidade.
A sexualidade, pode por vezes não ocorrer em contexto de relacionamento amoroso, mas desde que as pessoas envolvidas estejam de acordo e cientes do seu envolvimento, não há qualquer problema nem se deve considerar um comportamento inadequado, embora este julgamento dependa da mentalidade das pessoas e dos seus valores morais.
A felicidade que se sente quando envolvidos numa relação amorosa é indescritível. A vontade, o desejo, a excitação fazem parte da rotina. É certo que todas as relações têm “altos e baixos”, bem como aspectos positivos e negativos, mas a verdade é que são essas experiências que nos fazem encarar os relacionamentos de outro modo, mais maduro e consistente ajudando assim a desenvolver a nossa personalidade e atitudes perante os outros e as próprias relações que estabelecemos.
Bibliografia: Guia familiar da saúde, colecção de fichas (dossier de arquivo)
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