Sugerimos o filme "Uma Pequena Vingança" cujo titulo original é "Mean Creek"
Sinopse:
"Situado numa pequena cidade de Oregon onde os segredos são difíceis de guardar e as mentiras impossíveis de esconder, o filme do estreante Jacob Aaron Estes conta a história de um grupo de amigos e de uma pequena vingança.
Quando o problemático George brutaliza o indefeso Sam numa brincadeira de escola, o seu irmão e os amigos mais velhos encetam um plano com o objectivo de humilhar George. Sob o pretexto de um falso aniversário, todos embarcam numa viagem de barco rio acima.
Mas, durante a viagem, George revela uma faceta desconhecida – é carente e pode ser bom companheiro - e a inicial motivação do grupo é posta em causa.
Uma Pequena Vingança explora de forma alegórica os dilemas morais que todos nós enfrentamos; um filme sobre o equilíbrio entre a amizade e a sentido de responsabilidade.
O filme ganhou quatro Globos (Melhor Filme, Melhor Actor, Melhor Actriz Secundária e Melhor Argumento). Ganhou também Óscares de melhor filme do ano, melhor realizador (Ron Howard), melhor argumento adaptado (Akiva Goldsman) e melhor actriz secundária (Jennifer Connelly)."
Trailer:
É um filme que retrata, sem dúvida, algo que acontece nas nossas vidas...
Muitas vezes queremos vingar-nos porque estamos magoados, desiludidos, porque fomos traídos ou humilhados. Será essa a melhor opção?
A nossa mente por vezes surpreende-nos, não deveríamos ser precipitados, porque afinal nem tudo é o que parece, e as pessoas nem sempre são aquilo que aparentam.
Se fossemos todos vingativos, criaríamos um ciclo vicioso sem fim.
Chegando à recta final do nosso trabalho, achámos interessante abordar as relações que se estabelecem nos grupos de trabalho.
Para desenvolver relações humanas com base na dinâmica de grupo é necessária a criação de um espaço psicossocial alternativo, no qual as desconfianças, os temores e os conflitos possam ser tolerados, aceites e trabalhados, mediante experiências reconstrutivas, em termos de tarefas e processos que minimizem as ameaças ao ego e desenvolvam formas de interacção compatíveis com uma ampliação quantitativa e qualitativa de cognições, afectos e condutas.
É sem dúvida importante que os indivíduos envolventes desenvolvam um clima de confiança mútua em que toda a cortesia ou as atitudes de defesa/ataque sejam substituídas pela consideração pelo outro, através da partilha de pensamentos e acções. É fundamental a adesão a uma tarefa comum por parte do grupo direccionada para o auto-conhecimento.
Os papéis desenvolvidos no grupo propiciarão a actualização das diferenças individuais e não receitas de condutas normativas. Sanções, persuasão, manipulação cedem lugar a uma relação de integração, permitindo encontrar soluções através das quais as partes obtêm os seus objectivos sem que nenhuma destas seja obrigada a sacrificar sua essência (Follet citada por Wahrlich, 1969).
Após as várias experiências que tivemos em trabalhos de grupo, podemos salientar o que achamos essencial para que não haja conflitos no que toca a decidir o que fazer e como fazer.
O respeito e a consideração pelo outro são factores fundamentais para a dinâmica de grupo, de modo que todos nos devemos consciencializar que somos diferentes, mas por outro lado, iguais, na medida em que todos temos direito a opinar e fundamentar os nossos pensamentos e ideias.
Através de discussão, argumentação e avaliação de ideias é possível chegar à congruência de opiniões e atingir o objectivo comum a todo o grupo em questão.
“A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.”
Daniel Sampaio in Jornal Público, 15 de Fevereiro de 2009
Nos dias de hoje, os pais centram-se cada vez mais em trabalhar para dar aos seus filhos tudo o que eles necessitam: comida, roupas, material escolar e até um brinquedo ou outro, mas a verdade é que muitos destes pais não se lembram de um bem essencial e fundamental para o bom desenvolvimento de uma criança: passar tempo com os seus filhos e dar-lhes atenção.
A capacidade da criança em desenvolver autonomia, personalidade, ser mais forte e juntamente desenvolver a sua independência para enfrentar o mundo com todos os conflitos, dificuldades e também superações dependem muito da figura materna e a forma que lida com seu filho. Esse factor vai determinar a vida futura da criança, na adolescência e na fase adulta.
Se uma pessoa teve a sorte de crescer num bom lar comum, ao lado de pais afectivos dos quais pôde obter apoio incondicional, conforto e protecção, consegue desenvolver estruturas psíquicas suficientemente fortes e seguras para enfrentar as dificuldades da vida quotidiana. (Bowlby, 1984).
Se surgem perturbações durante o processo de vinculação, dependendo da sua função, natureza, gravidade e duração, estas afectarão o indivíduo ao nível das emoções, cognições e comportamentos (Soares, 2009).
Embora a falta de tempo possa ser justificada, é bom reforçar a necessidade de uma vinculação forte. A criança começa a dar os primeiros passos no seu desenvolvimento através de observação directa dos comportamentos dos seus modelos (quer sejam pais, professores e outras pessoas que convivam com ela diariamente). (Teoria da aprendizagem de Bandura).
A falta de tempo dos pais para os seus filhos não só traz consequências para a criança como também para a família. Qual o pai ou mãe que não gostaria de estar presente quando o seu filho diz a primeira palavra? Quando dá o seu primeiro passo? A perda destes pequenos momentos pode afectar estes pais, que ao fim do dia quando finalmente se encontram com o seu filho, sentem que não puderam desfrutar da sua companhia, que foi mais um dia em que perderam uma contribuição para o seu desenvolvimento e crescimento.
Assim, as sugestões de Daniel Sampaio no excerto da notícia acima, como o facto de os pais se unirem e fazerem pressão junto das autarquias para uma rede eficiente de transportes escolares e para sensibilizar o mundo empresarial de forma a usufruírem de horários compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família, podem ser pontos fulcrais para um melhor desenvolvimento das suas crianças e para uma vida em família em harmonia e bem estruturada.
Tivemos conhecimento de um movimento cívico que reúne várias mães na luta pela conciliação entre a vida profissional e familiar. Este movimento denominado por “Revolucionar para Flexibilizar” foi criado em Abril de 2011 e pretende desafiar as empresas a testar a produtividade de um profissional motivado. De uma forma “harmoniosa” foi criado espontaneamente por Carla Rodrigues, que depois de mãe acabou por deixar o emprego para se dedicar a maternidade.
É no blogue revolucionarparaflexibilizar.blogspot.com que esta temática é discutida virtualmente, mas com o objectivo de se tornar em acções concretas.
Outra informação interessante que encontrámos neste blogue foi a referência a um vídeo, em que Michelle Obama no “Forúm on Workplace Flexibility” de 2010 fala sobre “a importancia da flexibilidade e da conciliação entre trabalho e família”. O vídeo está em inglês, mas para quem tem os mínimos conhecimentos nesta língua não é difícil compreender o seu discurso.
Nota: O discurso inicia-se ao minuto 11.
São iniciativas como esta que se tiverem adesão se tornam promissoras e muitas vezes conseguem atingir os seus objectivos.
Dentro da mesma temática das publicações anteriores, surgiu-nos o interesse em mencionar os efeitos e consequências de relações de desrespeito e violência entre indivíduos, maioritariamente crianças e jovens.
Nos dias de hoje é cada vez mais frequente ouvir-se falar em Bullying. Mas o que é realmente o Bullying? O Bullying diz respeito a agressões físicas ou psicológicas praticadas por um indivíduo(s) contra outro(s), de maneira repetida e intencional, sem motivação evidente, podendo-se traduzir em traumas profundos para as consequentes vítimas.
Devido à enorme pressão a que o bullying sujeita o indivíduo, este torna-se frágil. Uma vez fragilizada, a vítima apresenta dificuldades de comunicação com os outros, o que influencia negativamente a sua capacidade de desenvolvimento em termos sociais, profissionais e emocionais/afectivos (Ventura, 2006). A incompreensão é algo que as vítimas sentem habitualmente por parte dos outros. De entre as várias consequências do bullying, destacamos as seguintes: baixa auto-estima, medo, angústia, pesadelos, falta de vontade de ir à escola, dificuldade de concentração, diminuição do rendimento escolar, dores de cabeça, dores de estômago, mudanças de humor súbitas, vómitos, urinar na cama, falta de apetite ou apetite voraz, choro, insónias, ataques de pânico, sensação de aperto no peito, aumento do pedido de dinheiro aos pais e familiares, desaparecimento do material escolar, abuso de álcool e estupefacientes, auto-mutilação, suicídio, entre outras.
O ponto comum em todos os casos é de que tudo ocorre sem motivo aparente (Ventura, 2006). Com o passar do tempo, as vítimas tanto podem recuperar dos traumas sofridos durante o período escolar, como podem desenvolvê-los cada vez mais até entrarem num ponto em que não há volta a dar e pode culminar em suicídio. (Abrapia, 2006). A superação ou não destes traumas depende muito do meio onde vive, das suas relações sociais, do tipo de família da vítima e até da sua própria personalidade (Abrapia, 2006).
Na vida adulta, as vítimas de bullying podem continuar a manifestar consequências da violência de que foram vitimizadas enquanto crianças. Problemas de relacionamento, agressividade, seriedade e até a prática de bullying no trabalho são algumas dessas consequências.
Aqui está uma notícia que achámos de interesse para a temática que estamos agora a desenvolver: as crianças e a influência das amizades no seu desenvolvimento. Esperemos que também seja do vosso interesse. :)
Estudo publicado na revista “Child Development”
Os amigos imaginários, grandes companheiros das crianças mais pequenas, contribuem para o desenvolvimento da linguagem, de acordo com um estudo neozelandês publicado na revista “Child Development”.
A equipa co-liderada por Gabriel Trionfi e Elaine Reese, da University of Otago, aferiu a capacidade linguística de 48 crianças de ambos os sexos, com cinco anos e meio de idade. Deste total, 23 crianças tinham amigos "invisíveis".
A capacidade linguística das crianças foi avaliada com base no seu vocabulário e na sua capacidade de contar uma história ficcional a um boneco ou de construir uma história realista baseada num passeio ou acontecimento familiar.
Embora não tivessem existido diferenças significativas em termos de vocabulário, as crianças com amigos imaginários contavam as histórias fictícias e reais com mais pormenores. "O mais importante é que as crianças com amigos imaginários adequavam as suas histórias à tarefa. Nas histórias ficcionais incluíam mais diálogos e nas histórias realistas forneciam mais informações sobre hora e lugar, em comparação com as crianças sem amigos imaginários", explicou a investigadora Elaine Reese, numa nota de imprensa publicada no sítio oficial da universidade.
A investigadora acrescentou ainda que "como a capacidade das crianças para contar histórias é um forte indicador da sua futura capacidade de leitura, essas diferenças podem ter mesmo repercussões positivas no desempenho escolar das crianças".
A partir dos 4/5 anos uma das experiências mais necessárias é a de ter amigos. Através da interacção com os seus amigos, a criança ganha mais sentido de si porque percebe que os outros a estimam e gostam dela e também ganha mais sentido sobre "os outros" porque percebe que estes também gostam de ser estimados.
Mas nem sempre isto acontece. Hoje em dia, cada vez mais os pais sentem necessidade de demonstrar claramente aos seus filhos o que sentem por eles, para que estes sintam que há alguém que gosta deles e também para permitir que estes possam "enfrentar" os outros no seu caminho para a vida adulta. É notório o esforço que os pais fazem para que a criança cultive amizades e crie laços com outras crianças. O facto de dizer ao seu filho que pode convidar um amiguinho para ir lanchar lá a casa ou que pode dizer para lá passar a noite é uma das formas destes pais contribuírem para a socialização e interacção dos seus filhos.
No entanto, o desenvolvimento de amizades nas crianças nem sempre acontece ou por vezes acontece e constitui más experiências, o que se torna preocupante para os pais. Por outro lado há pais que nem sempre ligam a estes sinais de alerta, pensam que é uma situação passageira e que mais tarde ou mais cedo a criança vai acabar por fazer amigos pois provavelmente é apenas introvertida.
As crianças sem amigos são mais propensas à depressão na adolescência e tendem a isolar-se. Estes efeitos podem ser duradouros e trazer consequências negativas. Podem até ser vistas pelos outros como agressivas ou imaturas pois não desenvolveram correctamente a capacidade de interacção. Um só amigo pode contribuir para proteger as crianças mais retraídas e tímidas de problemas de saúde mental, segundo um estudo da Universidade Concordia, no Canadá.
Antes que se chegue às relações propriamente ditas, regista-se uma verdadeira aprendizagem do corpo, um desenvolvimento que segue várias fases que permanecem intermitentes por muito tempo e que adquirem realidade apenas quando se atinge a maturidade.
No adolescente, a sexualidade é uma forma de afirmar a autonomia pessoal. Segundo a psicanálise, a sexualidade dos adolescentes é fulcral no seu desenvolvimento psicológico, no qual se encontram duas etapas fundamentais: o desenvolvimento e o complexo de Édipo. Deste modo, a actividade sexual pode ser considerada como uma manifestação de autonomia perante a família, um sinal de pertencer a um grupo ou mesmo o auge de uma relação afectiva. Estes comportamentos são metas importantes para o amadurecimento social e psicológico dos adolescentes.
As relações amorosas, especialmente as primeiras, são muito intensas, são experiências inigualáveis. As amizades supendem-se, só vemos aquele “amor” à frente… Trocam-se carícias, conversas, beijos, abraços. É uma descoberta do “eu” e do outro, do desejo, da excitação sexual, do carinho e dos afectos.
Cria-se uma intimidade entre os parceiros, a necessidade de proximidade, confiança, protecção. A paixão sentida conjuga o romance com a atracção física e a sexualidade. O casal compromete-se a partir do momento que decide “fazer parte da vida do outro”.
Estas relações fazem-nos crescer, aprender a lidar com as várias situações na vida conjunta. A respeitar o outro e a fazer-se respeitar também.
Hoje em dia, quebram-se tabus acerca da sexualidade e as relações são mais deliberadas. Os adolescentes trocam beijos e carícias, iniciando a sua vida sexual mais cedo, o que aos olhos de muitos adultos e idosos (pessoas de outras gerações) pode parecer repugnante. Contudo se este comportamento, de certo modo precoce, for tratado seriamente e com as devidas precauções, que hoje em dia são deveras abundantes, podemos chegar a uma união conjugal com um maior conhecimento e experiência na área da sexualidade.
A sexualidade, pode por vezes não ocorrer em contexto de relacionamento amoroso, mas desde que as pessoas envolvidas estejam de acordo e cientes do seu envolvimento, não há qualquer problema nem se deve considerar um comportamento inadequado, embora este julgamento dependa da mentalidade das pessoas e dos seus valores morais.
A felicidade que se sente quando envolvidos numa relação amorosa é indescritível. A vontade, o desejo, a excitação fazem parte da rotina. É certo que todas as relações têm “altos e baixos”, bem como aspectos positivos e negativos, mas a verdade é que são essas experiências que nos fazem encarar os relacionamentos de outro modo, mais maduro e consistente ajudando assim a desenvolver a nossa personalidade e atitudes perante os outros e as próprias relações que estabelecemos.
Bibliografia: Guia familiar da saúde, colecção de fichas (dossier de arquivo)